Imagine como seria se, no dia a dia profissional, cada conversa fluísse de maneira clara e respeitosa, sem aquele desconforto de se sentir mal compreendido ou de precisar concordar com algo que você não acha certo. Pense em como seria ótimo conseguir falar dos problemas logo que eles aparecem, em vez de acumular frustrações que só pioram as coisas com o tempo. É exatamente isso que as estratégias de comunicação assertiva podem proporcionar: um ambiente em que cada um se sente seguro para dar sua opinião, negociar prazos e resolver conflitos sem brigas ou mal-entendidos.
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Neste conteúdo, você vai encontrar ideias práticas para colocar a comunicação assertiva em ação, desde a forma de organizar os pensamentos até a maneira de falar, sempre de um jeito que transmita confiança e abra espaço para o diálogo. Você também vai entender por que essa forma de se expressar vai além de simplesmente “ser educado” e perceber como ela ajuda a construir laços mais fortes e a deixar as rotinas de trabalho mais eficientes.
O interessante é que a assertividade, ao contrário do que muita gente pensa, não é algo que só serve para líderes ou cargos de chefia. Qualquer pessoa, em qualquer área, pode se beneficiar. Afinal, conversar de maneira franca, ao mesmo tempo cuidadosa, evita uma série de problemas: ninguém perde tempo com discussões sem sentido, poucos se sentem ofendidos e, ainda por cima, surgem oportunidades de cooperação que antes pareciam impossíveis. Se você já se perguntou como algumas pessoas conseguem ser diretas sem ser grossas, e outras parecem sempre travar, saiba que há métodos e técnicas para alcançar esse equilíbrio.
A partir de agora, você vai descobrir quais são os pilares da comunicação assertiva e como aplicá-la efetivamente. Poderá observar que isso não exige nenhum talento especial, mas sim aprender a prestar atenção em detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos: a escolha das palavras, o tom de voz, os gestos e, principalmente, a clareza sobre o que realmente se quer dizer. Prepare-se para dar um passo importante rumo a uma interação mais verdadeira e, ao mesmo tempo, mais eficiente no dia a dia profissional.
1. O QUE É COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E POR QUE ELA FAZ TANTA DIFERENÇA
1.1 Entendendo a Essência
Falar de forma assertiva significa expressar o que se pensa ou sente de modo direto e honesto, mas sem impor ou agredir. É uma espécie de “meio-termo” entre a atitude agressiva (“Eu falo o que quero e pronto!”) e a passiva (“Evito ao máximo dizer o que penso, para não criar problema”). Nesse meio-termo, a pessoa consegue se posicionar com confiança e respeito, valorizando tanto as próprias ideias quanto as dos outros.
Uma das vantagens de se comunicar assim é que a conversa fica mais objetiva e, ao mesmo tempo, acolhedora. Quem ouve se sente respeitado, pois percebe que a mensagem não vem com acusações ou provocações, mas com vontade de solucionar algo ou compartilhar algo importante. E quem fala também se sente bem, pois sabe que está colocando suas opiniões sem se anular nem machucar os demais.
1.2 Consequências no Ambiente de Trabalho
No trabalho, a comunicação é o ponto central de tudo que acontece: de uma simples troca de informações até a tomada de grandes decisões. Se cada pessoa falar de maneira confusa, indireta ou explosiva, é quase certo que o clima vai ficar pesado e as tarefas vão atrasar. Por outro lado, com as estratégias de comunicação assertiva, cada profissional consegue:
- Reduzir mal-entendidos que fazem perder tempo.
- Prevenir pequenos atritos que poderiam virar grandes conflitos.
- Aumentar a clareza nos objetivos, o que impacta diretamente a produtividade.
- Criar um ambiente de confiança, onde todos se sentem ouvidos e valorizados.
O resultado aparece no engajamento e na colaboração. Em vez de cada um focar apenas no próprio trabalho e se irritar com os colegas, surge a vontade de participar coletivamente, oferecendo ideias e corrigindo rumos antes que sejam irreversíveis. Com isso, toda a engrenagem do negócio funciona melhor e, claro, a satisfação no dia a dia também cresce.
1.3 Equilíbrio Entre Firmeza e Respeito
Um ponto essencial da comunicação assertiva é a busca constante de equilíbrio. É possível ser firme ao defender um ponto de vista sem ser agressivo. Da mesma forma, é possível ser receptivo a críticas e ideias sem ser submisso. Esse equilíbrio vem, em grande parte, do cuidado com as palavras, com o tom de voz e com a forma de ouvir o outro. Ou seja, não basta falar: é preciso se interessar genuinamente pela resposta, criando um diálogo onde as duas partes sentem que há espaço para contribuir.
Quem encontra esse equilíbrio costuma ganhar destaque, pois as pessoas percebem que se trata de alguém confiável e justo, que não foge de assuntos difíceis, mas também não atropela ninguém para conseguir o que quer. Em um cenário profissional cada vez mais competitivo e repleto de pressões, esse tipo de postura se torna um diferencial, aproximando colegas, gestores e até clientes.
2. PRINCIPAIS DESAFIOS QUE IMPEDEM A ASSERTIVIDADE
2.1 Medo de Ser Mal Interpretado
É comum que uma pessoa hesite em falar mais claramente sobre problemas, receios ou ideias porque teme ser mal compreendida. Há um receio de que, ao falar “desse jeito”, possam considerá-la rude ou arrogante. Em alguns lugares, ainda existe a cultura de que “é melhor ficar calado do que se complicar”. Esse medo acaba tornando as interações superficiais, pois ninguém expõe o que realmente pensa.
Porém, é importante lembrar que não é a clareza em si que gera desconforto, mas sim a forma como algo é dito. Quando se fala de forma serena, explicando o porquê daquela observação e mostrando disponibilidade para ouvir o outro lado, as chances de má interpretação caem bastante.
2.2 Ambiente de Trabalho Muito Fechado
Algumas empresas ou setores têm um estilo mais rígido, em que poucos ousam questionar decisões ou propor mudanças. Nessas condições, mesmo quem é naturalmente assertivo pode sentir dificuldade em se manifestar. O temor de punições ou de ser visto como “problemático” acaba travando a comunicação. Se esse for o caso, vale apostar em estratégias de comunicação assertiva que sejam sutis no início, demonstrando que a intenção é colaborar, e não confrontar. Com o tempo, ao ver resultados positivos, outras pessoas podem se inspirar e começar a falar também de forma mais aberta.
2.3 Falta de Hábito e Treinamento
A assertividade não é algo que aprendemos na escola. Muita gente passa anos falando de forma passiva, sem querer incomodar, ou de modo agressivo, porque foi assim que aprendeu a se defender no mundo. Então, quebrar esses padrões requer prática e observação. É preciso parar e pensar: “Como vou formular essa frase?”, “Estou realmente ouvindo o outro ou só esperando minha vez de falar?”. Gradualmente, a pessoa se torna mais consciente do próprio estilo de comunicação e começa a ajustar o que for necessário.
3. ELEMENTOS-CHAVE PARA UMA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA NO DIA A DIA
3.1 Clareza na Mensagem
O primeiro e mais básico passo é ser claro. Muitas vezes, por querer amenizar, a pessoa enrola a explicação e faz rodeios, a ponto de o outro não entender o que, afinal, ela deseja. Então, se você precisa pedir ajuda num relatório, seja direto: “Preciso que você revise este relatório e me dê um retorno até quarta-feira. Isso me ajudará a fechar tudo dentro do prazo.” Curto, simples e objetivo. O colega entende o prazo, a importância e o que se espera dele.
Ser claro não significa ser duro ou seco. É possível falar com gentileza, mas sem fugir do ponto principal. Em vez de dizer “Se for possível, será que você poderia, talvez, me ajudar…”, fale “Poderia revisar este documento para mim, por favor? Isso me ajudaria muito.” Ao ser específico, você evita confusões e mostra respeito ao tempo do outro.
3.2 Tom de Voz e Linguagem Corporal
O modo como se fala impacta mais do que as próprias palavras. Um pedido gentil pode soar áspero se acompanhado de um tom de voz impaciente. Por outro lado, algo que pode parecer uma crítica pesada se torna mais aceitável se o tom for calmo e compreensivo. Por isso, vale observar a própria postura ao falar: manter contato visual (sem encarar excessivamente, claro), não cruzar os braços de forma defensiva e mostrar, pelo rosto e gestos, que se está aberto para a conversa.
Quando alguém fala com firmeza na voz, mas sem aumentar o volume nem usar um tom agressivo, o outro percebe a seriedade do assunto, mas não se sente ameaçado. Da mesma forma, evitar ficar encarando o celular ou olhando para todos os lados enquanto a pessoa fala demonstra atenção, o que estimula a contrapartida de respeito.
3.3 Prática da Escuta Ativa
Ser assertivo não é apenas falar melhor, mas também ouvir melhor. Muitas pessoas acreditam que comunicação se refere somente a como elas se expressam, esquecendo-se de que o resultado depende muito de como se escuta o outro. A escuta ativa envolve prestar atenção ao que está sendo dito, fazer perguntas de esclarecimento (“Você quer dizer que…?”), resumir o que entendeu (“Então, o seu ponto principal é… certo?”) e demonstrar interesse genuíno na fala alheia.
Essa atitude reforça a sensação de diálogo, onde ambos participam. Quem é escutado se sente mais seguro em retribuir do mesmo modo. Assim, cria-se uma atmosfera em que as ideias fluem, as críticas são recebidas com menos resistência e os elogios podem ser mais frequentes, já que as pessoas se entendem melhor.
3.4 Evitar Julgamentos Pessoais
Em muitas conversas no trabalho, há uma tendência a misturar a situação com características pessoais. Por exemplo, se alguém entrega um projeto atrasado, dizer “Você é muito preguiçoso!” ou “Você nunca faz nada certo!” acaba agredindo a pessoa, o que gera defensividade ou até mágoa. Em vez disso, na comunicação assertiva, foca-se no comportamento e não na identidade da pessoa. Seria melhor falar algo como: “Percebi que o projeto atrasou mais uma vez. Isso atrapalhou o prazo combinado e agora temos que correr. O que podemos fazer para evitar esse atraso na próxima vez?”
Nessa fala, não há acusação direta sobre o caráter ou a personalidade do colega. É colocado o problema, e se procura solução. Isso facilita que o outro escute sem sentir necessidade de se defender ou retrucar com agressividade.
3.5 Dar e Receber Feedback de Forma Construtiva
Feedback é uma das práticas mais importantes dentro das estratégias de comunicação assertiva. Quando se faz um elogio, por exemplo, é melhor ser específico: “Gostei de como você apresentou os dados na reunião, facilitou o entendimento para todo mundo.” Isso mostra que você realmente notou o esforço, tornando o elogio muito mais valioso do que algo genérico como “Você é ótimo!”.
Já nos feedbacks de melhoria, a dica é separar o comportamento da pessoa. “Queria comentar sobre a forma de organizar os relatórios. Notei que algumas páginas ficaram fora de ordem, o que me confundiu na hora de ler.” Aí você pode perguntar: “Será que podemos estabelecer um padrão na hora de compilar as informações?” Ao fazer isso, deixa-se claro que o objetivo é corrigir um problema, não criticar a pessoa como profissional ou caráter.
4. COMO APLICAR AS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO ASSERTIVA NO DIA A DIA PROFISSIONAL
4.1 Reuniões e Discussões de Projetos
Uma reunião bem conduzida é aquela em que todos saem entendendo o que foi debatido e quais as próximas ações. Para isso, quem lidera o encontro pode:
- Definir a pauta antecipadamente e compartilhar com os envolvidos.
- Começar cada tópico lembrando o objetivo: “Estamos aqui para decidir sobre o formato final do relatório, certo?”
- Incentivar os participantes a darem opiniões de forma direta, mas propondo que cada fala seja objetiva e não muito longa.
- Perguntar de forma aberta: “O que cada um acha dessa ideia? Alguém enxerga algum ponto crítico ou tem outra sugestão?”
- Finalizar cada tópico com uma conclusão clara: “Então, vamos adotar esse layout e o prazo final será na próxima quinta-feira.”
Esse roteiro dá segurança para que as pessoas falem, sem ficar se atropelando ou saindo do tema. Ao longo de tudo, quem está organizando a reunião deve praticar a escuta ativa, além de intervir caso alguém se exalte, lembrando os princípios de respeito e objetividade.
4.2 Troca de Mensagens e E-mails
No mundo atual, muita coisa acontece via e-mail ou aplicativos de mensagem. A assertividade também precisa estar presente nesses canais. Em e-mails, por exemplo, é bom evitar longos textos sem parágrafos, nos quais o destinatário se perde. Vá direto ao ponto, usando assuntos claros (“Dúvida sobre o Contrato X” ou “Precisamos de revisões no relatório Y”) e explicando no corpo da mensagem o que se quer.
Se a questão for delicada, talvez seja melhor conversar por telefone ou marcar uma conversa presencial, em vez de arriscar a comunicação escrita ser interpretada de maneira equivocada. Caso precise escrever, revise antes de enviar e se pergunte: “A pessoa que vai ler entenderá facilmente o que estou pedindo ou informando?” e “Estou sendo educado e direto, sem rodeios que possam confundir?”
4.3 Resolvendo Desentendimentos e Conflitos
Quando existe um desentendimento, a reação natural de algumas pessoas é reclamar para terceiros ou se fechar ainda mais, evitando o confronto direto. Contudo, a comunicação assertiva propõe uma abordagem diferente: procurar logo a pessoa envolvida e tentar esclarecer o mal-entendido. Uma sugestão de como começar pode ser:
“Podemos conversar um instante? Gostaria de entender melhor o que aconteceu naquele projeto, pois fiquei com a impressão de que houve um ruído de comunicação entre a gente. Minha intenção é chegar a um entendimento para evitarmos problemas no futuro.”
Desse modo, você assume a iniciativa de resolver, sem acusar. E abre a porta para que a pessoa também explique o seu lado, evitando que o problema se arraste ou se multiplique pelos corredores em forma de fofoca. Se o conflito for mais sério, pode ser preciso envolver um mediador, alguém neutro, mas é fundamental manter os princípios de falar claramente o que incomoda e ouvir o que o outro tem a dizer.
4.4 Negociações de Prazo, Salário ou Orçamentos
Às vezes, é preciso negociar algo que não está satisfatório: um prazo apertado, um aumento desejado, ou até um reajuste de valor em um contrato. Nesses casos, a comunicação assertiva ajuda muito. A estrutura costuma ser: deixar claro o que você quer ou precisa, apresentar razões objetivas, demonstrar flexibilidade e ouvir as contrapropostas.
Suponha que você sinta a necessidade de negociar um aumento salarial. Em vez de chegar na chefia com um tom de exigência (“Quero um aumento agora ou vou embora!”) ou muito indefinido (“Será que teria como me dar um reajuste, se não for muito incômodo?”), uma boa abordagem seria: “Há algum tempo venho assumindo mais responsabilidades e entregando resultados que considero positivos para a empresa. Gostaria de conversar sobre a possibilidade de rever meu salário, levando em conta essas novas funções.” Logo depois, você escuta o que o líder tem a dizer, mostrando-se aberto a discutir detalhes. Isso transmite maturidade e honestidade, sem passar a impressão de ameaça ou insegurança.
5. VANTAGENS DE UMA CULTURA DE COMUNICAÇÃO ASSERTIVA
5.1 Melhoria no Clima Organizacional
Uma equipe que se expressa de forma clara e respeitosa tende a ter menos fofocas e intrigas. Afinal, tudo que precisa ser resolvido é trazido à tona com tranquilidade. Isso reflete num ambiente mais leve, onde as pessoas confiam umas nas outras. A sensação de “familiares desconhecidos” — comum em grandes empresas, quando cada um só se preocupa com a própria área — diminui, e a colaboração aumenta.
5.2 Aumento da Produtividade
Quando cada conversa é objetiva, reuniões são mais curtas, trocas de mensagem são mais assertivas e decisões não ficam rodando em círculos. Os prazos tendem a ser cumpridos de forma mais eficiente, pois o retrabalho cai, já que todo mundo entende o que deve fazer. Também é mais fácil identificar falhas ou pontos de melhora, porque ninguém tem receio de apontá-los, sabendo que será ouvido de maneira receptiva.
5.3 Retenção de Talentos
Muitas pessoas deixam bons empregos não apenas por questão de salário, mas porque o ambiente é tóxico ou desgastante. Se a cultura de comunicação assertiva está presente, a maioria dos problemas é resolvida de forma equilibrada, e a equipe se sente cuidada. Quem se sente valorizado e vê que pode evoluir normalmente decide ficar e crescer ali, o que preserva conhecimento e fortalece a base de profissionais.
5.4 Melhores Relacionamentos Externos
Não só dentro da empresa, mas também com clientes, fornecedores e parceiros, a assertividade mostra suas vantagens. Ao lidar com clientes, por exemplo, fica mais fácil explicar limitações sem gerar mal-entendidos: “Esse prazo é apertado porque dependemos da liberação de um terceiro. Podemos negociar uma alternativa?” Em vez de prometer algo impossível ou ficar se esquivando, a franqueza ajuda a construir uma reputação de confiabilidade.
6. ESTRATÉGIAS ADICIONAIS PARA APERFEIÇOAR SUA COMUNICAÇÃO ASSERTIVA
6.1 Buscar Feedback de Colegas e Líderes
Pode parecer irônico, mas se comunicar melhor também passa por pedir a opinião sincera de quem convive com você. Pergunte de vez em quando: “Na nossa última reunião, fui claro? Senti que algumas pessoas ficaram com dúvidas. O que você acha que posso melhorar?” Esse tipo de atitude demonstra humildade e vontade de crescer, e gera informações valiosas sobre como sua fala está sendo recebida.
6.2 Participar de Treinamentos e Workshops
Hoje em dia, muitas empresas oferecem cursos que visam desenvolver habilidades de comunicação, liderança e trabalho em equipe. Esses eventos costumam ter dinâmicas práticas, em que você pode simular situações do cotidiano e receber orientações sobre como corrigir falhas na expressão. Mesmo que seja algo simples, cada aprendizado ajuda na construção de um perfil mais seguro e eficiente na hora de conversar.
6.3 Ler e Praticar
Há diversos livros e materiais online sobre o tema. Ler sobre as estratégias de comunicação assertiva e depois tentar aplicá-las conscientemente no dia a dia faz toda a diferença. Você pode criar metas pessoais, como: “Hoje, na reunião, vou me esforçar para falar apenas o essencial e certificar que cada ponto está claro” ou “Quando um colega me questionar, vou aplicar a técnica de escuta ativa antes de responder.” Com o tempo, essas práticas deixam de ser artificiais e tornam-se parte natural da sua forma de lidar com os outros.
7. LIDANDO COM OBSTÁCULOS E RESISTÊNCIAS
7.1 Pessoas Mais Fechadas ao Diálogo
Pode acontecer de você tentar ser assertivo, mas a outra parte não demonstrar abertura, reagindo com sarcasmo, silêncio ou agressividade. Nesses casos, é importante manter a calma e não cair no mesmo padrão. Se perceber que a conversa está degringolando, proponha uma pausa: “Talvez seja melhor continuarmos depois que todos tivermos esfriado a cabeça.” Esse intervalo evita palavras ditas no calor do momento que podem prejudicar ainda mais a relação.
7.2 Insegurança Inicial
Muita gente, ao começar a falar de forma mais franca, sente-se estranha ou insegura. Talvez as primeiras tentativas soem meio mecânicas ou ensaiadas. Isso é normal. Com o tempo, você encontrará o seu próprio tom, compreendendo como encaixar as dicas na sua personalidade. O essencial é não desistir ao menor sinal de desconforto. Cada vez que se pratica, a assertividade se torna mais autêntica e fluente.
7.3 Ambientes com Forte Competitividade
Em alguns setores, há muita pressão e competitividade, o que pode levar as pessoas a preferirem ser reservadas ou até hostis. Para sobreviver nesse contexto, a comunicação assertiva é ainda mais fundamental, pois permite defender interesses e lidar com negociações duras sem perder o respeito ou entrar em conflitos pessoais. Certamente não é simples, mas quem domina esse estilo se destaca, ganhando reputação de negociador habilidoso e confiável.
8. EXEMPLOS PRÁTICOS DE APLICAÇÃO
8.1 Correção de Erros em Equipe
Imagine que você precisa falar com um colega sobre um erro no sistema que ele configurou. Em vez de dizer “Você errou tudo e atrapalhou o andamento!”, você pode usar algo como: “Notei que o sistema parou de funcionar depois das alterações. Pode me mostrar o que foi feito? Assim, entendemos juntos o que causou o erro e corrigimos o mais rápido possível.” Essa frase convida a pessoa a explicar, evitando uma postura acusatória. Ao mesmo tempo, deixa claro que há um problema que precisa ser resolvido.
8.2 Pedido de Suporte em Tarefas
Se está sobrecarregado e precisa da ajuda de um colega, dizer “Estou cheio de trabalho, resolve isso aí pra mim!” pode gerar resistência. Em vez disso, uma fala mais assertiva seria: “Tenho uma lista grande de tarefas urgentes e não vou conseguir dar conta de tudo até sexta. Você pode me ajudar com a parte de revisão dos documentos? Assim consigo entregar o resto no prazo. Qualquer dúvida, é só me chamar.” Aqui, fica claro o porquê do pedido, qual tarefa específica está sendo solicitada e como essa contribuição impacta o todo.
8.3 Negando um Pedido
Suponha que alguém peça que você participe de mais um projeto, mas você sabe que não terá tempo. Um modo passivo de agir seria aceitar para não desagradar, mas depois se sobrecarregar. Um modo agressivo seria dizer “Não, estou cheio de coisa, se vira!”. O caminho assertivo? “Agradeço por pensar em mim, mas estou envolvido em outros dois projetos prioritários no momento. Se eu aceitasse agora, correria o risco de não cumprir bem todas as responsabilidades. Podemos discutir outra forma de apoio que não exija tanto envolvimento meu?” Assim, você recusa de modo educado, explicando as razões, mas ainda se mostra aberto a uma alternativa que não vá te prejudicar.
9. BENEFÍCIOS A LONGO PRAZO
9.1 Desenvolvimento Pessoal e Profissional
Aplicar as estratégias de comunicação assertiva não fortalece apenas o time ou a empresa, mas também você como indivíduo. A prática de se expressar com clareza e de ouvir de modo genuíno reflete positivamente na vida fora do trabalho — nas relações familiares, em amizades e até no modo de lidar com serviços e atendimentos cotidianos. Com o tempo, surge uma postura mais confiante, capaz de enfrentar adversidades sem cair em brigas ou em silêncio total.
9.2 Carreira e Liderança
Profissionais que dominam esse estilo de comunicação acabam sendo reconhecidos como boas lideranças, pois conduzem conversas difíceis com serenidade e constroem relacionamentos de confiança. Assim, surgem oportunidades de crescimento, convites para projetos mais relevantes ou mesmo para posições gerenciais. Mesmo que você não queira se tornar um gestor, ser assertivo vale muito a pena, pois abre portas e facilita conexões valiosas no mercado.
9.3 Cultura Organizacional Saudável
Quando um número suficiente de pessoas começa a se comunicar assertivamente, a cultura da empresa se transforma. Os processos ficam mais fluidos, as falhas são corrigidas rapidamente e há um clima de respeito onde todos podem dar opiniões. Essa mudança pode levar a conquistas importantes, como maior capacidade de inovar e de responder a crises. E isso faz a organização se destacar no segmento em que atua.
RUMO A UMA NOVA FORMA DE SE COMUNICAR
Depois de tudo que foi explorado aqui, fica claro que aplicar estratégias de comunicação assertiva não é um bicho de sete cabeças, mas sim um caminho que exige consciência, prática e desejo de evoluir. Cada frase que você formular com clareza, cada vez que ouvir alguém sem interromper e cada conflito que for resolvido de maneira respeitosa serão passos para solidificar essa habilidade.
Se você está se sentindo motivado a mudar o jeito de falar e ouvir, por que não começar agora mesmo? Escolha uma situação simples do seu dia a dia profissional — uma reunião, um e-mail a ser enviado ou um feedback que você deve dar — e use as técnicas mencionadas: seja direto, mas compreensivo; mantenha a calma, mas a firmeza; demonstre abertura para ouvir a outra parte. Observe como as pessoas reagem. Provavelmente vai notar mais receptividade, compreensão e menos estresse.
A beleza da comunicação assertiva está em como ela beneficia a todos. Ninguém precisa “perder” para que outro “ganhe”. Pelo contrário, quando há essa disposição de entender, explicar, negociar e respeitar, o ambiente se torna um lugar em que desafios são encarados coletivamente. É bom lembrar que nem sempre será perfeito: há dias em que a pressa e a tensão podem fazer você perder a paciência. O importante é perceber e retomar o caminho, ajustando o que for preciso.
Com o tempo, você perceberá que a assertividade cria um efeito de contágio. As pessoas ao seu redor começam a imitar o seu modelo, porque enxergam nele um jeito mais simples e agradável de resolver as coisas. E assim, passo a passo, o clima no trabalho melhora, as metas são atingidas com menos dramas e a satisfação de cada um cresce. No fim das contas, falar bem também é viver bem, e quanto mais você investir em desenvolver essa forma de comunicação, mais abrirá portas para novos horizontes na carreira e na vida.