Formar hábitos saudáveis e reduzir vícios são desafios comuns para muitas pessoas, mas com estratégias práticas e fundamentadas em neurociência, é possível alcançar mudanças significativas. Este artigo explora as bases para criar bons hábitos e superar comportamentos indesejados.
A Relação Entre Hábitos e Vícios
Neurocientificamente, hábitos e vícios compartilham os mesmos circuitos cerebrais e transmissores. A diferença é que os vícios são hábitos desadaptativos. As substâncias exógenas, como drogas, tendem a criar vícios rapidamente devido ao impacto supranormal que causam no sistema neurológico. Já os comportamentos viciantes, como redes sociais ou jogos de azar, operam por oferecer recompensas imediatas, facilitando sua consolidação.
Por outro lado, hábitos saudáveis, como exercícios físicos ou alimentação equilibrada, frequentemente têm recompensas que demoram mais para aparecer. Isso explica por que é mais difícil criar esses hábitos comparado aos vícios comportamentais.
O Papel da Recompensa
A velocidade e a intensidade da recompensa são determinantes na formação de um hábito. Redes sociais, por exemplo, proporcionam feedbacks rápidos e frequentes, como curtidas e comentários, que satisfazem a necessidade do cérebro por aceitação social. Em contraste, atividades como treinar ou comer bem requerem tempo para que os benefícios sejam percebidos.
Pesquisas indicam que a percepção de benefícios é essencial para a formação de hábitos. Um estudo liderado por Jane Warley demonstrou que, em média, as pessoas levam 66 dias para consolidar um novo hábito, embora o tempo possa variar de 18 a 250 dias, dependendo do esforço percebido e dos benefícios experimentados.